19.6.11

Planeta

que tensão entre tédio e criatividade
Mais um filme sobre filme.
A metalinguagem de Truffaut põe câmera contra câmera, dentro do filme.
A metalinguagem de Sofia coloca uma atrás da outra, fora dele.
Truffaut mostra o núcleo do filme, Coppola o aborda pelas beiradas.

Boa comparação da filha com as namoradas através da dança.
Excelente cena, que vai na foto do vídeo acima, que mostra o quanto isolados estão,
apesar de tanto à luz permanecerem.

Frio, ausente, distante, solitário, mais um anti-heroi, um astro errante.

28.5.11

No Decurso do Tempo


Mais um filme sobre filmes, aula técnica e ética sobre projeções.

Obra escatológica: fezes, vômito, urina, esperma, tudo na tela.

Uma amizade espontânea, que se aproxima e se distância, com leve tensão homossexual.

Mershandising de Michelin, Coca-Cola e Adidas.

Clara inspiração para Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes

20.5.11

Allen

Um sujeito inteligente. Mas é o mestre do clichê: todo ano é Paris disso, Roma daquilo, Barcelona não sei onde, Londres não sei das quantas, sem falar de Nova Iorque, e até do Rio de Janeiro que, se não tem o filme, já tem os boatos.

Ele tem algumas boas ideias, mas muitas fórmulas prontas. Se parasse um pouco com esse frenesi de achar que vai morrer no próximo ano e que tem que fazer outro filme de qualquer jeito, talvez se tornasse um pouco menos tedioso.



15.5.11

O Processo

Orson Welles baseado em Fraz Kafka. Lógica onírica. Narrativa fluida, dinâmica, vaga e aleatória. Como um sonho ou pesadelo.

Um processo que ocorre mal se sabe como e sem se saber porquê.

Protagonista perturbado por homens feios que o perseguem e belas moças que o desejam.

Destaque para os buços enormes das lindas atrizes e para os jogos de luz e sombra com lâmpadas suspensas que podem ter inspirado Luiz Fernando Carvalho em Lavoura Arcaica.

14.5.11

O Estado das Coisas

A narrativa é nossa primeira tentativa de por ordem ao mundo, de dar sentido às coisas.

E esse é um filme sem enredo, sem roteiro, sem história. Um filme que mal começa e não termina e que vai indo meio que à espera.

Meta-linguístico, começa como um filme de roteiro bem definido, uma ficção científica, uma história apocalíptica e uma busca por redenção. Quando esse primeiro enredo, que é o filme que está dentro do filme, se interrompe por falta de recursos, não mais filme há e outro filme segue, o filme mesmo em si, fora do outro filme. Sem paredes, apenas espaços entre os persoangens.

8.5.11

A Noite Americana

meta-cinema

"Fazer um filme é como uma viagem de carroça pelo velho oeste.
Você começa rezando por uma viagem tranquila.
Depois, só quer chegar logo."
François Truffaut

Uma aula de cinema com um mestre. Uma obra meta-linguística.
Câmera contra câmera. Infinitos quadros.

É a própria vida que vai além da arte, a vida é a meta-arte.
É a própria arte que vai além da vida, a arte é a meta-vida.
É a arte que, na vida, supera a morte.

Como disse Paulo Autran: "se o teatro é a arte do ator, o cinema é a arte do diretor."

E o próprio Truffaut nos mostra que o diretor orquestra o filme como o maestro a sinfonia.

da boca maldita à boca miúda

com a boca realizamos o ato mais natural de comer
e com ela realizamos o mais cultural de falar
e ainda o tão natural quanto cultural beijar

com a boca amamos, alimentamos, comunicamos

quando outra boca nos quer dizer o que beijar, o que comer, o que beber, o que falar
quando uma boca outra nos quer ditar as boucas pocas que podemos ter

não podemos morder os dentes
havemos de soltar a língua
por tão vasto o céu que nos cabe à boca.

são várias as ditaduras, mas também são amplos os contra-dizeres.

portanto, afasta de mim esse cale-se, e dê-me boca e dê-me arte
para no dito e no não-dito, expressar-me